terça-feira, dezembro 29, 2009
"isto às vezes parece um mau filme francês"
boa dan; não há como uma gargalhada livre ao final da tarde
domingo, dezembro 20, 2009
quinta-feira, setembro 17, 2009
sábado, setembro 12, 2009
Lisboa linha de eléctrico 28
Veio de uma colectânea de viagens oferecida por uma amiga. É a primeira, por ser a mais próxima. Critério, critério, critério.
A primeira de uma série de caminhos a percorrer. Passa por aqui, pela minha casa. E o som entra pelas janelas.
Os veículos são de madeira, amarelos e apitam muito. Vão dos Prazeres da morte aos prazeres do Martim Moniz, onde, diga-se se pode comer um excelente caril no centro comercial com o mesmo nome. Graça, Mouraria, Alfama, Baixa, Bairro Alto, São Bento, Campo de Ourique. A subir e a descer. Uma Lisboa que eu adoro, cheia de sol e vida. Espaço vital para mim e para muitas pessoas.
Falta-nos, segundo o nosso critério rígido, fazer o percurso Martim Moniz- Prazeres - Poço dos Negros. Tomar o pequeno-almoço na Brasileira. Há quem fale, sem medo, de uma fotografia com a estátua de bronze do poeta. Voltar à Basílica e aos jardins da Estrela. E descobrir o cemitério inglês. E Henry Fielding. E voltar ao antigo castelo do governador mouro. E aos tesouros da Gulbenkian. É o plano que tenho com o meu irmão que, segunda-feira, talvez comece um curso de Mandarim. Podia ser outro plano qualquer.
A primeira de uma série de caminhos a percorrer. Passa por aqui, pela minha casa. E o som entra pelas janelas.
Os veículos são de madeira, amarelos e apitam muito. Vão dos Prazeres da morte aos prazeres do Martim Moniz, onde, diga-se se pode comer um excelente caril no centro comercial com o mesmo nome. Graça, Mouraria, Alfama, Baixa, Bairro Alto, São Bento, Campo de Ourique. A subir e a descer. Uma Lisboa que eu adoro, cheia de sol e vida. Espaço vital para mim e para muitas pessoas.
Falta-nos, segundo o nosso critério rígido, fazer o percurso Martim Moniz- Prazeres - Poço dos Negros. Tomar o pequeno-almoço na Brasileira. Há quem fale, sem medo, de uma fotografia com a estátua de bronze do poeta. Voltar à Basílica e aos jardins da Estrela. E descobrir o cemitério inglês. E Henry Fielding. E voltar ao antigo castelo do governador mouro. E aos tesouros da Gulbenkian. É o plano que tenho com o meu irmão que, segunda-feira, talvez comece um curso de Mandarim. Podia ser outro plano qualquer.
domingo, setembro 06, 2009
acção e significado
vou atribuir significado a uma acção: no Domingo passado visitei o presépio de Machado de Castro na Basílica da Estrela; uma moeda de 50 cêntimos acende a luz por 2 minutos; uma moeda de 1€ acende a luz por 4 minutos
teatro e ideias fixas
uma das principais ideias que me atraem no teatro é ele tornar ridículas as ideias fixas;
atracção e repulsa
um bébé quer um objecto e chora para o obter » depois sente repulsa e deita-o fora; depois quer o objecto outra vez e chora; depois deita fora... [talvez só uma vez; talvez não]; há uma atracção pelos outros e uma repulsa pelos outros; complementa-se com uma atracção por nós e uma repulsa por nós.
segunda-feira, agosto 24, 2009
sábado, agosto 22, 2009
Capítulo 1 - "Café?"
[nota prévia: havia, ou melhor, "há mas" uma introdução]
Encontrava-me com ela nas traseiras de um autocarro abandonado. As rodas pareciam enormes e nós, claro, pequenos. Falávamos de dúvidas, sensações e intromissões. "Desejava ter-te conhecido", penso hoje. Quem eras, realmente? Ou melhor, quem és hoje? Na altura não existias...
Um dia, Novembro com sol, o autocarro começou a andar. Olhei para ti, sorri e saltei. Para dentro, claro. Onde iria? Era inevitável. Andava devagar. Tinha estado parado tanto tempo! Depois, começou a acelerar. Sentei-me confortavelmente ao lado do volante. Ninguém conduzia. Era um tipo simpático e disciplinado. "Conduzir um autocarro é uma coisa séria", repetia. "É como um avião, só que mais complicado porque há mais trânsito".
Alguém sentava-se na última fila do veículo. Dormia profundamente quando eu entrei. Dormiu durante dois, três dias talvez. Depois acordou e sorriu durante muito tempo. Ninguém e eu olhávamos expectantes. "Café?"
Encontrava-me com ela nas traseiras de um autocarro abandonado. As rodas pareciam enormes e nós, claro, pequenos. Falávamos de dúvidas, sensações e intromissões. "Desejava ter-te conhecido", penso hoje. Quem eras, realmente? Ou melhor, quem és hoje? Na altura não existias...
Um dia, Novembro com sol, o autocarro começou a andar. Olhei para ti, sorri e saltei. Para dentro, claro. Onde iria? Era inevitável. Andava devagar. Tinha estado parado tanto tempo! Depois, começou a acelerar. Sentei-me confortavelmente ao lado do volante. Ninguém conduzia. Era um tipo simpático e disciplinado. "Conduzir um autocarro é uma coisa séria", repetia. "É como um avião, só que mais complicado porque há mais trânsito".
Alguém sentava-se na última fila do veículo. Dormia profundamente quando eu entrei. Dormiu durante dois, três dias talvez. Depois acordou e sorriu durante muito tempo. Ninguém e eu olhávamos expectantes. "Café?"
quinta-feira, agosto 20, 2009
hoje
há tanta coisa; o pão com manteiga e a meia de leite morna; a linha e o resto; a coluna do renascido MEC; o Herman, não o José, o Kahn; o pensamento; a ideia de parar de ter ideias; o móvel "decriado"; o saudável agualusa que tem um diário; a minha memória tb necessita de um; uma casa onde se pode escrever; uma casa marcada pela leitura, não de livros, mas do que existe; o almoço e a conversa; o café na máquina que funciona cada vez melhor; o eu e o mim; o calor de lisboa; os bancos, não os de jardim; as cadeiras, não as da universidade; os arquitectos; as pessoas; os seus cérebros; as suas emoções; a ausência de um; a ausência do outro; a ausência dos dois; a presença de um; a presença do outro; a presença e interacção dos dois, cérebro e emoções.
quinta-feira, maio 28, 2009
Há uns tempos estive em Madrid. E em Segóvia, já agora.
Tive a impressão que as pessoas mais simpáticas são as que ficam mais tempo afastadas do mundo - a sua boa vontade é bem capaz de as levar a isso.
O Che Guevara foi um guerrilheiro revolucionário, tão real quanto James Dean. Segovia tem um fino aqueduto romano, e uma Calle Real que não existe, e uma catedral (claro) e uma Plaza Mayor (claro). E uma espécie de castelo onde Isabel, a Católica, se preparou para ser rainha. E um quartel particular, bastante feminino (nem sequer se situa num alto).
O Retiro, em Madrid, confirma-se como o lugar que eu, se pudesse, metia no bolso e levava comigo. Os morangos são baratos em Espanha. A habitação é cara, mas cada vez menos. Eu não sei se devemos ser rápidos ou não. Depende, já sei. Não sei é se isso ajuda muito.
O Che Guevara foi um guerrilheiro revolucionário, tão real quanto James Dean. Segovia tem um fino aqueduto romano, e uma Calle Real que não existe, e uma catedral (claro) e uma Plaza Mayor (claro). E uma espécie de castelo onde Isabel, a Católica, se preparou para ser rainha. E um quartel particular, bastante feminino (nem sequer se situa num alto).
O Retiro, em Madrid, confirma-se como o lugar que eu, se pudesse, metia no bolso e levava comigo. Os morangos são baratos em Espanha. A habitação é cara, mas cada vez menos. Eu não sei se devemos ser rápidos ou não. Depende, já sei. Não sei é se isso ajuda muito.
sons
são um conjunto de placas metálicas; são grandes; se as agarrar, talvez só com uma mão, mudam de som; passam do seu som próprio, educado; para um som agudo e animal; mas não desagradável
sexta-feira, maio 01, 2009
odeceixe - lx
dia sem história; mas no bom sentido; de relaxe, sol, reentrada; este post é dedicado à cris, amiga à antiga, parceira desta viagem por portugal; a viagem física foi um pretexto; a verdadeira viagem foi a das conversas, birras e gargalhadas que partilhámos; gracias; mesmo
quinta-feira, abril 30, 2009
silves - odeceixe
levantava-me muito muito cedo e ia até ao rio; não molhava os pés - a água estava fria - mas pensava que no final da tarde, com a maré baixa, talvez conseguisse ser convidado para jogar uma partida de futebol num dos campos mais bonitos do mundo: a areia molhada da praia de odeceixe; também me lembro de dores de dentes que faziam as pessoas correr; correr para esquecer? e de uma tenda azul com dois quartos. ontem: jantar muito agradável e descontraído em silves, no "ponte romana", restaurante que deve o seu nome a uma ponte que, ao que parece, é medieval; pessoas simpáticas e decididas; como a cidade, aliás; hoje: levantar tardio e manhã ao sol; poucos kms até odeceixe; para matar saudades; e para criar novas; está bonito, o lugar, ordenado com os contributos alemães, holandeses e ucranianos; às vezes barulhento com o contributo espanhol. amanhã: regresso a lisboa; blank; o
quarta-feira, abril 29, 2009
aljustrel - faro - silves
e já está; a N2; de chaves a faro; 700 e tal kms na estrada mais longa de portugal; algumas horas de conversa; muitas histórias e imagens; hoje foi uma etapa fácil, com conversas curtas mas ainda assim importantes; como a do senhor que foi para a austrália porque era preciso; o algarve tem um ritmo diferente do alentejo; gostei de aljustrel; do ambiente, das pessoas e dos cafés (gosto de cafés, o que é que posso fazer?); e das giestas de flor branca; hoje levantei-me cedo e sentei-me no café mais central, na grande curva de aljustrel; a olhar para a estrada, claro.
ainda deu para vida de shopping na guia; com bowling e fnac incluídas; fiz 128 pontos, nada mau para quem não jogava desde os 19 anos em Ibiza; comprei "a ascensão do dinheiro", conselho de um amigo apaixonado pela moeda;
hoje silves; amanhã costa alentejana e sexta lisboa;
a estrada é uma companhia; um espelho; um elemento neutro que nos permite pensar; às vezes aparecem surpresas; a maior parte do tempo não; a capacidade humana de acumular, construir e contar histórias parece estar no centro da identidade, das escolhas, da personalidade, da acção
ainda deu para vida de shopping na guia; com bowling e fnac incluídas; fiz 128 pontos, nada mau para quem não jogava desde os 19 anos em Ibiza; comprei "a ascensão do dinheiro", conselho de um amigo apaixonado pela moeda;
hoje silves; amanhã costa alentejana e sexta lisboa;
a estrada é uma companhia; um espelho; um elemento neutro que nos permite pensar; às vezes aparecem surpresas; a maior parte do tempo não; a capacidade humana de acumular, construir e contar histórias parece estar no centro da identidade, das escolhas, da personalidade, da acção
terça-feira, abril 28, 2009
abrantes - aljustrel
estamos quase no algarve; hoje foi um dia cheio: de conversas (algumas bem longas) e de alentejo; mesmo quando ainda não tínhamos chegado já pensávamos em chegar; assim, de alguma forma, já lá estávamos; um erro, dirão algumas pessoas inteligentes; eu não sei.
e de kms, de n2, de verde, vermelho-tinto, amarelo e vermelho, das papoilas; o alentejo é especial, há que assumi-lo com frontalidade, como dizia o outro que parodiava o outro.
40 minutos de conversa no Torrão. Ficou-me na memória; as desventuras dos alentejanos que construíram a Grande Lisboa; que passaram do trabalho no campo a 30 escudos por dia para a construção a 180; que chegavam a casa no sábado à noite e voltavam a partir para lisboa ao final da tarde de domingo; que têm histórias maravilhosas para contar; e que contam a quem os quiser ouvir;
e as meninas de Viseu que vinham todos os anos trabalhar para os campos à volta do Torrão? Quem as trazia era o dono dessa casa, está a ver? (e os olhos brilhavam, mesmo, como se as estivesse a ver - e estava, claro)
estamos em aljustrel, no café-bar Pé de Kaffé, não confundir com o Pepe Café que só existe na minha cabeça; o já habitual carioca de limão duplo à frente; e o netbook aberto; já encontrámos o já habitual tasco e o bar, que se lhe segue, numa rotina que só o é, segundo a cris, se o nível de rigor for ainda maior.
é engraçado como os donos de pensões/residenciais de duas ou três estrelas dedicadas essencialmente à estadia do pessoal itinerante da construção, principalmente os donos de pensões/residenciais de duas ou três estrelas mais velhos, ficam aliviados e sorridentes quando pedimos um quarto duplo, frisando a existência de duas camas separadas;
de vez em quando esta suave decadência do interior de Portugal faz-me lembrar o inevitável Edward Hopper; eu sei que é um clichê, paciência. Talvez se o Hopper e a Joana Vasconcelos se fundissem e contratassem a A. Silva e Silva para construir um país.
Cris: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-dia-4.html
e de kms, de n2, de verde, vermelho-tinto, amarelo e vermelho, das papoilas; o alentejo é especial, há que assumi-lo com frontalidade, como dizia o outro que parodiava o outro.
40 minutos de conversa no Torrão. Ficou-me na memória; as desventuras dos alentejanos que construíram a Grande Lisboa; que passaram do trabalho no campo a 30 escudos por dia para a construção a 180; que chegavam a casa no sábado à noite e voltavam a partir para lisboa ao final da tarde de domingo; que têm histórias maravilhosas para contar; e que contam a quem os quiser ouvir;
e as meninas de Viseu que vinham todos os anos trabalhar para os campos à volta do Torrão? Quem as trazia era o dono dessa casa, está a ver? (e os olhos brilhavam, mesmo, como se as estivesse a ver - e estava, claro)
estamos em aljustrel, no café-bar Pé de Kaffé, não confundir com o Pepe Café que só existe na minha cabeça; o já habitual carioca de limão duplo à frente; e o netbook aberto; já encontrámos o já habitual tasco e o bar, que se lhe segue, numa rotina que só o é, segundo a cris, se o nível de rigor for ainda maior.
é engraçado como os donos de pensões/residenciais de duas ou três estrelas dedicadas essencialmente à estadia do pessoal itinerante da construção, principalmente os donos de pensões/residenciais de duas ou três estrelas mais velhos, ficam aliviados e sorridentes quando pedimos um quarto duplo, frisando a existência de duas camas separadas;
de vez em quando esta suave decadência do interior de Portugal faz-me lembrar o inevitável Edward Hopper; eu sei que é um clichê, paciência. Talvez se o Hopper e a Joana Vasconcelos se fundissem e contratassem a A. Silva e Silva para construir um país.
Cris: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-dia-4.html
segunda-feira, abril 27, 2009
santa comba dão - abrantes
Abrantes. Percebo relativamente bem porque é que nunca cá tinha vindo. Diga-se, no entanto, que esta não é uma viagem à procura de uma qualquer estética. É mais uma viagem à procura de uma estrada e, um bocadinho, de um Portugal que continua por aqui e que parece muito distante lá por Lisboa. Manhã de conversa na sapataria-loja de desporto do BI em Santa Comba depois do pequeno-almoço na casa das argolas; velhinhos com fome incluídos. Ontem fomos beber uma cerveja e uma amêndoa amarga ao bar da Casa da Cultura local. Copos, máquinas e snooker no bar da Casa da Cultura. E pode-se fumar, o que é um atractivo - para quem fuma e para quem sai com quem fuma - nas frias noites beirãs.
De Santa Comba até Penacova fomos literalmente à procura da N2. Não foi fácil mas, aqui e ali, encontrámos a estrada que já é um bocadinho nossa.
Tentámos falar com duas senhoras, uma pouco faladora; a outra esquiva (desapareceu quando voltámos para lhe perguntar qualquer coisa e iniciar a coisa). A que falava pouco olhava para a estrada que não conhecia e não sabia para onde ia, estava num aldeia que não sabia qual era e justificava tudo isto por ser nova (devia ter uns 40 anos). Um senhor, em cima da ponte, lá foi falando da estrada embora insistisse que, para indicações, o ideal era a falsa Galp 100 metros mais à frente. Falsa Galp porque já não era uma bomba de gasolina mas uma mercearia, apesar de manter o grande G junto à estrada.
A estrada continua, no entanto. Já vai a meio. Já não me ria como ontem há muito tempo. Cansaço misturado com uvas do Chile e a ideia de um louco atrás de uma árvore com medo que o venham buscar. Já sabem, pouco depois, vieram buscá-lo.
Para a Cris, no entanto, http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/hoje-tudo-foi-dificil-ate-escolha-da.html.
De Santa Comba até Penacova fomos literalmente à procura da N2. Não foi fácil mas, aqui e ali, encontrámos a estrada que já é um bocadinho nossa.
Tentámos falar com duas senhoras, uma pouco faladora; a outra esquiva (desapareceu quando voltámos para lhe perguntar qualquer coisa e iniciar a coisa). A que falava pouco olhava para a estrada que não conhecia e não sabia para onde ia, estava num aldeia que não sabia qual era e justificava tudo isto por ser nova (devia ter uns 40 anos). Um senhor, em cima da ponte, lá foi falando da estrada embora insistisse que, para indicações, o ideal era a falsa Galp 100 metros mais à frente. Falsa Galp porque já não era uma bomba de gasolina mas uma mercearia, apesar de manter o grande G junto à estrada.
A estrada continua, no entanto. Já vai a meio. Já não me ria como ontem há muito tempo. Cansaço misturado com uvas do Chile e a ideia de um louco atrás de uma árvore com medo que o venham buscar. Já sabem, pouco depois, vieram buscá-lo.
Para a Cris, no entanto, http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/hoje-tudo-foi-dificil-ate-escolha-da.html.
lamego - santa comba dão
A praça dr salazar está vazia; é um não-assunto com relevo parlamentar.
De Lamego não trouxemos bolas, nem sequer do Bar Doce Bar, por cima do Centro de Emprego. E isto apesar do rigor demoníaco da empregada de café de 20 anos. De manhã estava sol, na avenida. A N2, essa, ria escondida lá para os lados da Senhora dos Remédios. Voltámos a agarrá-la nos olhos do Senhor Isidro e da filha Maria, lá no alto; na força do Senhor Joaquim Albernaz, primo do António, o especialista da N2 que encontrámos pouco depois de Viseu; no sorriso do jovem Senhor Fernando, da paragem de autocarro em Tondela; e até na embriaguez do Senhor António Amorim, na velha ponte de Santa Comba.
No mundo surge uma gripe de contornos estranhos. Vem do méxico.
Amanhã é dia de sapatos no BI e de sol, espero.
A Cris, conversadora audaciosa, tem fotos e outra perspectiva da coisa: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-dia-2.html
De Lamego não trouxemos bolas, nem sequer do Bar Doce Bar, por cima do Centro de Emprego. E isto apesar do rigor demoníaco da empregada de café de 20 anos. De manhã estava sol, na avenida. A N2, essa, ria escondida lá para os lados da Senhora dos Remédios. Voltámos a agarrá-la nos olhos do Senhor Isidro e da filha Maria, lá no alto; na força do Senhor Joaquim Albernaz, primo do António, o especialista da N2 que encontrámos pouco depois de Viseu; no sorriso do jovem Senhor Fernando, da paragem de autocarro em Tondela; e até na embriaguez do Senhor António Amorim, na velha ponte de Santa Comba.
No mundo surge uma gripe de contornos estranhos. Vem do méxico.
Amanhã é dia de sapatos no BI e de sol, espero.
A Cris, conversadora audaciosa, tem fotos e outra perspectiva da coisa: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-dia-2.html
sábado, abril 25, 2009
porto - chaves - lamego
Este blog não é um blog de viagens; eu não sou um viajante; mas em viagem há posts que aparecem; e eu gosto de sair. Hoje começou a N2, ou a Rua Estrada Nacional Dois como é conhecida por alguns, algures entre Chaves e Santa Marta de Penaguião, onde parámos por causa de uma aula de aeróbica para crianças rodeada por livros de livrarias estranhas.
Dia cheio. Rápido até Chaves, fruto dos fundos. Lento a partir daí, fruto de seres humanos cujos cérebros criam imagens e que, por curiosidade, hábito ou insensatez, experimentam pôr em prática essas imagens. De vez em quando, claro. De vez em quando.
As uvas chilenas à venda no alto douro vinhateiro confundiram-se com um senhor, assustado, a olhar freneticamente para a estrada como se o viessem prender. Pouco depois, vieram prendê-lo.
O rapaz das uvas almoçava mas lá saíu da carrinha. Leva a caixa por 2 euros. Em Viseu é que se vende bem.
De mota fazíamos 1200 km pelo Norte de Portugal, com a tenda às costas e a ideia dos copos ao final da tarde, contou contando histórias o amigo do senhor do Porto no café da senhora que agora serve mais os sargentos do quartel do que os camionistas. Mudam ao lado, constroem a auto-estrada, e já se sabe, nós transformamo-nos, e a N2 também.
Há quem saiba que a N2 termina no Algarve, basta ir sempre em frente. Há quem não saiba onde está. Há quem pense que a N2 termina em Vila Real e que a seguir vem o Porto, antes de Coimbra. Mais do que isso não me peçam, deixem-me fumar o meu cigarro e voltar para os matraquilhos, por favor.
A primeira coisa que tens que fazer, filha, é mostrar o quarto aos senhores.
A amiga Cris, às vezes Sofia, já sabemos, aceita a incerteza deste trajecto e tem outra perspectiva: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-dia-1.html
Dia cheio. Rápido até Chaves, fruto dos fundos. Lento a partir daí, fruto de seres humanos cujos cérebros criam imagens e que, por curiosidade, hábito ou insensatez, experimentam pôr em prática essas imagens. De vez em quando, claro. De vez em quando.
As uvas chilenas à venda no alto douro vinhateiro confundiram-se com um senhor, assustado, a olhar freneticamente para a estrada como se o viessem prender. Pouco depois, vieram prendê-lo.
O rapaz das uvas almoçava mas lá saíu da carrinha. Leva a caixa por 2 euros. Em Viseu é que se vende bem.
De mota fazíamos 1200 km pelo Norte de Portugal, com a tenda às costas e a ideia dos copos ao final da tarde, contou contando histórias o amigo do senhor do Porto no café da senhora que agora serve mais os sargentos do quartel do que os camionistas. Mudam ao lado, constroem a auto-estrada, e já se sabe, nós transformamo-nos, e a N2 também.
Há quem saiba que a N2 termina no Algarve, basta ir sempre em frente. Há quem não saiba onde está. Há quem pense que a N2 termina em Vila Real e que a seguir vem o Porto, antes de Coimbra. Mais do que isso não me peçam, deixem-me fumar o meu cigarro e voltar para os matraquilhos, por favor.
A primeira coisa que tens que fazer, filha, é mostrar o quarto aos senhores.
A amiga Cris, às vezes Sofia, já sabemos, aceita a incerteza deste trajecto e tem outra perspectiva: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-dia-1.html
sexta-feira, abril 24, 2009
lx - porto
Havia uma prova de ciclismo com este nome. Não sei se ainda existe. Acabei de fazer a minha segunda ressonância magnética no espaço de 3 meses. Quando ouço aquele som penso que, no futuro, é plausível que a música seja assim.
O Afonso é Pontual. Mas, afinal, o Pontual é que era na rua dos ferreiros, ali, à direita, depois do hotel, a seguir a virar à esquerda. Eu ia muito ao Luso antes de trabalhar aqui, disse o rapaz. Eu também, respondi, embora não trabalhe lá, claro. Era no tempo em que por ali chegavam as camionetas de Viseu e a ASAE não existia como existe hoje (isto é importante por causa das bifanas e, claro, por causa do Luso). O dia de hoje foi longo, teve música, rádio e descompressão activa (deve haver uma actividade qualquer no Holmes Place com este nome). Não sabia que Pedrogão Grande era tão no interior.
A amiga Cris, às vezes Sofia, tem outra perspectiva: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-partida.html
O Afonso é Pontual. Mas, afinal, o Pontual é que era na rua dos ferreiros, ali, à direita, depois do hotel, a seguir a virar à esquerda. Eu ia muito ao Luso antes de trabalhar aqui, disse o rapaz. Eu também, respondi, embora não trabalhe lá, claro. Era no tempo em que por ali chegavam as camionetas de Viseu e a ASAE não existia como existe hoje (isto é importante por causa das bifanas e, claro, por causa do Luso). O dia de hoje foi longo, teve música, rádio e descompressão activa (deve haver uma actividade qualquer no Holmes Place com este nome). Não sabia que Pedrogão Grande era tão no interior.
A amiga Cris, às vezes Sofia, tem outra perspectiva: http://momentosemovimento.blogspot.com/2009/04/n2-partida.html
sábado, abril 18, 2009
madrid
em madrid, capital do império dos outros, dizem-me que as pessoas não se desviam do caminho; há republicanos revolucionários; tapas populares e tapas chic; uma biblioteca grande, primeiro edifício de recoletos; uma casa da america com crentes cristãos cubanos que exploram a relatividade do corpo; um parque que queria ser um mar; uma amiga que traça, confiante, um caminho próprio; filmes de terror; malária ou paludismo, à francesa; el pais e a inteligência do chefe de governo; pão seco; net books; avenidas largas; um passo atrás de outro; um sono longo; um dia rápido; che, talvez, vindo do sol; sushi, também ele, talvez vindo do sol; um futuro que tolda as minhas percepções; a minha percepção disso mesmo
sexta-feira, janeiro 09, 2009
sábado, janeiro 03, 2009
sexta-feira, janeiro 02, 2009
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