[nota prévia: havia, ou melhor, "há mas" uma introdução]
Encontrava-me com ela nas traseiras de um autocarro abandonado. As rodas pareciam enormes e nós, claro, pequenos. Falávamos de dúvidas, sensações e intromissões. "Desejava ter-te conhecido", penso hoje. Quem eras, realmente? Ou melhor, quem és hoje? Na altura não existias...
Um dia, Novembro com sol, o autocarro começou a andar. Olhei para ti, sorri e saltei. Para dentro, claro. Onde iria? Era inevitável. Andava devagar. Tinha estado parado tanto tempo! Depois, começou a acelerar. Sentei-me confortavelmente ao lado do volante. Ninguém conduzia. Era um tipo simpático e disciplinado. "Conduzir um autocarro é uma coisa séria", repetia. "É como um avião, só que mais complicado porque há mais trânsito".
Alguém sentava-se na última fila do veículo. Dormia profundamente quando eu entrei. Dormiu durante dois, três dias talvez. Depois acordou e sorriu durante muito tempo. Ninguém e eu olhávamos expectantes. "Café?"
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