segunda-feira, agosto 27, 2007

Embraiagem

Ontem estive num espaço amplo, cinzento-betão, mesmo cinzento-betão. Era amplo mas não tinha muito espaço livre. Porque estava ocupado com muitos veículos e poucas pessoas. Alguns (acho que não todos) veículos eram-me familiares. O que não significa, claro, que me agradassem. Tentei "arrumá-los" ou melhor, como se trata de veículos, de os estacionar. Mas pequenas coisas corriam mal. Distracções. Questões de electrónica, de embraiagem (gosto desta palavra - fica como título), pensamentos, carteiras (aos pares) poisadas no banco do lado, o do passageiro (que não estava lá, normalmente; até porque estavam lá as carteiras). E depois apareceu o compasso preto, ou melhor, o estojo preto com o compasso e um conjunto mágico de acessórios. Era o compasso da minha mãe e simbolizava, para mim, ainda simboliza?, um mundo oculto, do desenho, da criatividade que eu sabia que a minha mãe tinha, apesar de não estar presente no dia-a-dia. Porque no dia-a-dia ela era mãe e mulher; e eu era filho. Também estava lá um tanque militar. Não muito grande, não muito moderno mas um tanque militar a sério. Não estava estacionado, ainda, mas estava discreto, junto a um dos lados, perto de um muro. Eu continuei atarefado a tentar "arrumar", em lugares bem demarcados, os veículos, quando, de repente, passam 2 ou 3 veículos militares, velozes, "jeeps", ameaçadores mas distraídos. "Vão ver o tanque", pensei.

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