quarta-feira, setembro 29, 2004

x2

A intenção não era duplicar o post mas, na linha (correcta, claro) de never explain, never apologize, poderá talvez contribuir para o tom muito bom, muito mau do blog.

Salvo do meio de um poema

Husbands are indeed an irritating form of life,
And yet through some quirk of Providence most of them are really very deeply ensconced in the affection of their wife.

Ogden Nash

Salvo do meio de um poema

Husbands are indeed an irritating form of life,
And yet through some quirk of Providence most of them are really very deeply ensconced in the affection of their wife.

Ogden Nash

sexta-feira, setembro 10, 2004

Música

Confesso que já por várias vezes pensei sobre este assunto. Hoje apeteceu-me partilhá-lo com os milhões de visitantes do nosso blog. Será que o conceito de belo - não no sentido estritamente físico, mas no sentido estético ou "harmonioso" - é algo inato ou socialmente construído (e apreendido). Um exemplo muito simples. Admitindo que o sentido do "belo" é algo construído, ou seja, apreendido com a experiência ou o hábito, é legitimo admitir que será subjectivo. Ou seja, o que me pode parecer belo pode a outro parecer-lhe "feio", simplificando. Em relação à beleza física esse raciocínio não me choca, até porque é perfeitamente razoável admitir que a beleza física é um conceito que evolui, logo depende da "experiência". Mas tomemos outro exemplo. A música clássica. Será seguramente um exemplo em que a capacidade de apreciar a beleza de uma obra depende do hábito de ouvir. Não sendo um expert, nem para lá caminho, percebo que assim é. Mas há obras que não consigo conceber como não sendo "belas" em termos absolutos. Ou seja, que portugueses, pigmeus e esquimós, ao ouvir, pela primeira vez, a "Nona" de Beethoven ou o "Requiem" de Mozart, não considerem essas músicas como esteticamente "perfeitas". Se quisermos ir mais longe, uma outra questão que deriva da inicial é que, se admitirmos que o "belo" pode ser absoluto, será que não estaremos implicitamente a admitir que será possível "produzir artificialmente" algo "esteticamente aceite de forma universal"? Ou será que a questão é exactamente ao contrário?