quarta-feira, setembro 26, 2007
teatro
o teatro motiva-me como aproximação à possibilidade de viver; o problema com a possibilidade de viver é que é sempre mais limitada, menos excêntrica do que a vida; tic tac tic tac; o tempo corre; não há tempo e assim, por causa da falta de tempo emergem os símbolos; depois, o valor dos símbolos escolhidos depende do impacto, não sobre a realidade mas, acima de tudo sobre as pessoas que os enunciam (neste caso, os actores); neste sentido, o teatro deve ter como objectivo aproximar-se ao máximo da vida, da sensação de olhar, de sentir; e um bom actor seria alguém cujo impacto simbólico é, curiosamente, real, transparecendo; não falo, obviamente, de realismo, mas precisamente do seu contrário; o que retemos da vida não é o contínuo, e interpreto o real como um contínuo; falo do imprevisto, do incerto antecipável e do aleatório; mas não falo de improvisação; a vida não se confunde com improvisação; é também estrutura e sistema; falo de "âncoras" e sinais de aviso; hábitos; dúvidas; rupturas e permanências associadas a rupturas.
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